Uma cidade Prosperando!
Lembro bem quando Lauro Muller tinha a Estrada de Ferro Dona Teresa Christina, que nos levava até Tubarão, ou ate mesmo Capivari, uma cidade mais distante um pouco. Todos utilizavam o trem para fazer compras ou para receber ou enviar encomendas. Era gostoso sentar nos bancos e observar pela janela, com medo as vezes, que o trem caísse no penhasco acima do rio.
Logo veio o progresso, e os automóveis tomaram conta das estradas que, por sua vez, eram construídas para encurtar distancias.
Ah ! Como o trem era importante para a cidade! Não só pelos passageiros, mas pelo transporte de carvão mineral extraído das Minas da empresa de Mineração da Companhia Barro Branco. Este veículo de transporte econômico (barato), como era o trem, viabilizava a extração do carvão em grande quantidade num preço acessível ao Mercado. Lauro Muller então crescia. Na minha época haviam o Cinema e o Cruz de Malta na mesma praça. A cidade era muito aconchegante. Tinha uma pracinha bonita e a maioria dos habitantes trabalhavam na única indústria , ou prestavam serviços aos que trabalhavam na indústria. Era uma população que se conhecia desde a emancipação do município
Numa inesperada noite, em Fevereiro de 1971, uma tremenda chuva que havia iniciado ao anoitecer e não parava mais. A luzes se apagaram, e naquela noite o rio levou consigo o que fazia Lauro Muller se destacar; - A Estrada de Ferro Dona Teresa Christina. Os trilhos foram entortados com a força da água e a ferrovia havia sido parcialmente destruída
Com isso os acionistas, ou donos da empresa de mineração, tiveram que medir se era viável investir em reformar as estradas. Acredito que resolveram consertar as estradas e os estragos da mineração. E a cidade ferida voltou a funcionar meio cambaleando. Até que num piscar de olhos, em uma tarde de 1974, o rio resolve transbordar e levar o que havia sido deixado. Só que desta vez levou consigo uma nova esperança da estrada de ferro ser recuperada.
Depois desta catástrofe, a estrada de ferro perdeu seu valor, e com isso afetou o rendimento da empresa, qual não mais admitia empregados. Os compradores (usuários de carvão) do produto optaram por outros meios de adquirir o que adquiriam de Lauro Muller. Assim uma geração de jovens saíram da cidade em busca de uma vida melhor. Todos voltam pra visitar familiares (e a cidade), mas não podem residir numa cidade que não oferece segurança de sobrevivência
Aí me pergunto! - O que significa o progresso? Será que seria melhor termos em Lauro Muller mais empresas produtoras? Como se consegue fazer Lauro Muller atraente para investidores, ou seja, pessoas que tem dinheiro pra abrir uma fábrica, daquilo que for.
Na minha última visita notei que Lauro Muller está linda. As estradas pavimentadas, a cidade bem organizada. Há uma praça central muito elegante, e as estradas bem sinalizadas. Enquanto eu estava conversando com um amigo, um caminhão de porco passou pelo centro da cidade e o cheiro me fez rir. Ao mesmo tempo que me trouxe memorias passadas, eu achei interessante que ainda existissem essas lembranças. Logo descobri sobre o projeto da nova ponte.
A cidade está prosperando. Depois de ter perdido as pernas em duas enchentes, não e fácil se levantar. Só gostaria de ver mais indústrias. Gostaria de ver estas terras atraentes aos investidores. Gostaria de ver um plano de desenvolvimento com o objetivo de atrair investidores em montar industrias. Sejam elas o que forem. A cidade precisa se desligar do trauma de somente ter uma grande empresa, ou somente um produto. Se isto um dia vier a acontecer; - então Lauro Muller não será a cidade de onde viemos e a qual somente podemos visitar.