Drama, doença
e carência
"Nossa, eu tenho sofrido tanto." "Ai, acho que estou com algum problema muito grave." Nada melhor do que poder expressar nossos problemas. Mas, fica difícil quando isso se torna um problema, uma doença crônica. Então, ter doença passa a ser a maior doença. E o passo seguinte é fazer dela a estrada preferida para chamar atenção. Quem nunca conviveu com alguém que passa 24hs reclamando, remoendo o seu estado de saúde que não está bem? Ao analisarmos um pouco mais percebemos que no caso onde a maior doença é querer ter uma doença, nota-se uma maneira de chamar a atenção não pelo que se tem de melhor, mas, pelo pior. Interessante! Não é difícil entender, principalmente quando convivemos numa sociedade que valoriza a competição. Apenas faça o exercício de inverter o raciocínio. Geralmente as pessoas disputam por suas qualidades pelo que elas tem de melhor e com isso conseguem chamar atenção sobre si. Mas, em alguns casos, como não se conseguem estar na linha de competição, a coisa fica diferente. Como não se consegue chamar a atenção sendo o melhor, alguns indivíduos passam a competir com o que tem de pior. Assim, aciona-se o mecanismo de culpa e o outro para não se sentir culpado, cede ao medo de não cumprir sua missão de ser "bom". Para conseguir algum afetoResumindo, como "o doente" não consegue existir com o que tem de melhor passa a competir com o que tem de pior em si.Até se ouve disputas para ver quem tem a pior doença. (credo). O laudo médico parece óbvio, pessoas pessimistas. Ser pessimista é a resposta mais fácil, não implica em mudança alguma, mas, apenas em sentar sobre nossos defeitos. E, aliás, há pessoas que se acostumaram com o que tem de pior dentro delas, deram a si mesmo uma autorização de derrota. Creio que não podemos ir arrastando pedaços de histórias que não deram certo, momentos de tristeza, etc. Certa vez ouvi uma frase linda, “Um erro na vida, não pode ser a uma vida de erros.” Da mesma maneira a experiência da dor. Detectamos pessoas obcecadas pela dor, por sofrimento, a tal ponto que o desejo de adoecer acaba por convencer tais pessoas de que não serão felizes. Afinal, ser feliz é ser infeliz. Um pessimismo crônico no qual até mesmo os sorrisos carregam traços de dor. Fazem do sofrimento sua morada existencial e acabam somente se sentindo inteiros quando se destroem.
Professor Matêus Ramos Cardoso. Especialista em Ética e Ciência das Religiões.
"Nossa, eu tenho sofrido tanto." "Ai, acho que estou com algum problema muito grave." Nada melhor do que poder expressar nossos problemas. Mas, fica difícil quando isso se torna um problema, uma doença crônica. Então, ter doença passa a ser a maior doença. E o passo seguinte é fazer dela a estrada preferida para chamar atenção. Quem nunca conviveu com alguém que passa 24hs reclamando, remoendo o seu estado de saúde que não está bem? Ao analisarmos um pouco mais percebemos que no caso onde a maior doença é querer ter uma doença, nota-se uma maneira de chamar a atenção não pelo que se tem de melhor, mas, pelo pior. Interessante! Não é difícil entender, principalmente quando convivemos numa sociedade que valoriza a competição. Apenas faça o exercício de inverter o raciocínio. Geralmente as pessoas disputam por suas qualidades pelo que elas tem de melhor e com isso conseguem chamar atenção sobre si. Mas, em alguns casos, como não se conseguem estar na linha de competição, a coisa fica diferente. Como não se consegue chamar a atenção sendo o melhor, alguns indivíduos passam a competir com o que tem de pior. Assim, aciona-se o mecanismo de culpa e o outro para não se sentir culpado, cede ao medo de não cumprir sua missão de ser "bom". Para conseguir algum afetoResumindo, como "o doente" não consegue existir com o que tem de melhor passa a competir com o que tem de pior em si.Até se ouve disputas para ver quem tem a pior doença. (credo). O laudo médico parece óbvio, pessoas pessimistas. Ser pessimista é a resposta mais fácil, não implica em mudança alguma, mas, apenas em sentar sobre nossos defeitos. E, aliás, há pessoas que se acostumaram com o que tem de pior dentro delas, deram a si mesmo uma autorização de derrota. Creio que não podemos ir arrastando pedaços de histórias que não deram certo, momentos de tristeza, etc. Certa vez ouvi uma frase linda, “Um erro na vida, não pode ser a uma vida de erros.” Da mesma maneira a experiência da dor. Detectamos pessoas obcecadas pela dor, por sofrimento, a tal ponto que o desejo de adoecer acaba por convencer tais pessoas de que não serão felizes. Afinal, ser feliz é ser infeliz. Um pessimismo crônico no qual até mesmo os sorrisos carregam traços de dor. Fazem do sofrimento sua morada existencial e acabam somente se sentindo inteiros quando se destroem.
Professor Matêus Ramos Cardoso. Especialista em Ética e Ciência das Religiões.